No âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), as Santas Casas de Misericórdia emergem como protagonistas vitais, abrigando 40% das internações de média complexidade e 61% das internações de alta complexidade. Em um evento solene na Câmara dos Deputados, em celebração ao Dia Nacional das Santas Casas de Misericórdia, a Ministra da Saúde, Nísia Trindade, apresentou esses números impactantes.
Durante a sessão, a ministra enfatizou o Projeto de Lei 1.435/22, atualmente em análise na Câmara dos Deputados, que propõe revisões regulares da tabela de remuneração dos serviços prestados ao SUS. Nísia Trindade destacou a importância de manter a qualidade do atendimento e o equilíbrio financeiro, reafirmando o compromisso do Ministério da Saúde com essa iniciativa.
Com quase cinco séculos de tradição, as Santas Casas de Misericórdia desempenharam um papel crucial na oferta de assistência médica à população brasileira, especialmente antes da implementação do SUS. A ministra relembrou como, em muitas regiões, essas instituições eram a única esperança de acesso à saúde. Ela destacou a centralidade desse setor e ressaltou o empenho do Ministério da Saúde em colaborar com as Santas Casas e o governo para garantir sua sustentabilidade e melhorias na gestão.
A pandemia de COVID-19 trouxe perdas significativas, e Nísia Trindade enfatizou o papel crucial das Santas Casas de Misericórdia durante esse período desafiador. Ela compartilhou sua experiência pessoal, mencionando que seu pai recebeu cuidados na Santa Casa de Misericórdia de Santo André (SP) após contrair o vírus.
Mirocles Veras, Presidente da Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas, descreveu o cenário atual como uma transformação profunda na saúde do país, especialmente delicada para o setor filantrópico. Ele enfatizou a importância de reconhecer a história e a missão das Santas Casas, sublinhando que sua busca por apoio não é apenas uma solicitação, mas um compromisso com a saúde do Brasil.
A rede filantrópica de saúde compreende 1.804 hospitais em todo o território nacional, empregando mais de um milhão de profissionais. Ela oferece atendimento em mais de mil municípios, preenchendo lacunas nos recursos assistenciais. Com um total de 175.225 leitos, incluindo mais de 20 mil leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) anualmente, as Santas Casas realizaram mais de 5 milhões de internações, 1,7 milhão de cirurgias e mais de 220 milhões de consultas ambulatoriais. Em 2022, 67% dos procedimentos oncológicos e 71% dos transplantes no país foram realizados por essas instituições.
O testemunho da Ministra da Saúde e as palavras do Presidente da Confederação das Santas Casas de Misericórdia ressaltam a vital importância dessas instituições filantrópicas no cenário de saúde do Brasil, fortalecendo o compromisso contínuo em direção a um Sistema Único de Saúde resiliente e eficaz.