O advogado Rodrigo Tacla Duran — acusado pela operação Lava Jato de lavagem de dinheiro para a construtora Odebrecht — disse em depoimento à Justiça Federal de Curitiba que o ex-juiz Sergio Moro e o ex-procurador federal Deltan Dallagnol estariam envolvidos em um caso de extorsão. Após a denúncia, a audiência foi interrompida pelo juiz Eduardo Fernando Appio, da 13ª Vara Federal, pelo fato de os dois serem parlamentares atualmente, com foro privilegiado. Eles só podem ser julgados pelo Supremo Tribunal Federal. Moro é senador, e Dallagnol deputado federal, ambos pelo estado do Paraná. “Diante da notícia-crime de extorsão, em tese, pelo interrogado, envolvendo parlamentares com prerrogativa de foro, ou seja, Deputado Deltan Dallagnol e o Senador Sério Moro, bem como as pessoas do advogado Zocolotto e do dito cabo eleitoral Fabio Aguayo, encerro a presente audiência para evitar futuro impedimento, sendo certa a competência exclusiva do Supremo Tribunal Federal, na pessoa do Excelentíssimo Senhor Ministro Ricardo Lewandowski, juiz natural do feito”, determinou o magistrado. Em nota, Moro afirmou não temer qualquer investigação e que Tacla fez “falsas acusações”. Já Dallagnol publicou em uma rede social que o caso é uma história falsa. O juiz LUL22 ouviu hoje Tacla Duran, mentiroso compulsivo, criminoso confesso e lavador de dinheiro profissional. Só para a Odebrecht, confessou ter lavado mais de 300 milhões de dólares, é réu em mais de 4 ações penais e já tentou enganar as autoridades judiciais várias vezes. +— Deltan Dallagnol (@deltanmd) March 28, 2023 Duran sustenta que, em 2016, o advogado Carlos Zucolotto Júnior o procurou para exigir US$ 5 milhões em troca de benefícios em um acordo de colaboração. De acordo com registros de conversas por aplicativo de mensagens mantidos por Duran, Zucolotto teria dito que acertaria os termos com DD (iniciais de Deltan Dallagnol). Um mês depois, Tacla Duran teria feito uma transferência de US$ 613 mil para o escritório de Marlus Arns. Zucolotto e Arns têm relação profissional com a deputada Rosângela Moro (União-PR), esposa de Sergio Moro. Zucolotto era sócio dela, e Marlus atuava com ela em processos da chamada Máfia das Falências. Além disso, Zucolotto é padrinho de casamento de Moro e Rosângela. O processo, por enquanto, tramita em segredo de Justiça.