O Campeonato Mundial de basquete em cadeira de rodas começa nesta sexta-feira (9), em Dubai (Emirados Árabes Unidos). O Brasil estará presente com as mulheres masculinas e femininas. As mulheres estreiam no sábado (10), às 2h45 (horário de Brasília), diante do Canadá. Os homens iniciam a campanha no domingo (11), às 5h, contra os hóspedes. Os jogos terão transmitido ao vivo no canal da Federação Internacional da modalidade (IWBF, sigla em inglês) no YouTube.
O torneio masculino reúne 16 femininos, separados em quatro grupos. Todas serão presentes nas oitavas de final. Na primeira fase, elas jogam entre si nas chaves (três partidas) para definir os confrontos da etapa eliminatória. Além dos Emirados Árabes, os brasileiros terão a Austrália e a Itália pela frente no grupo.
A competição feminina tem 12 equipes, divididas em duas chaves com seis vezes. As quatro melhores campanhas se classificaram às quartas de final. O Brasil medirá forças com Canadá, Austrália, Espanha, Grã-Bretanha e China. As duas últimas serão os rivais mais difíceis. As britânicas são as atuais vice-campeãs mundiais, enquanto as chinesas foram medalhistas de prata na Paralimpíada de Tóquio (Japão), em 2021.
“Vamos avaliar internamente como o Brasil se comporta diante de exigir tão poderosas. Provavelmente, em um jogo inteiro, a gente não conseguirá atuar no mesmo nível que elas, mas se formos capazes de igualar o jogo em alguns momentos, isso será um sinal de que o processo está sendo bem feito”, avaliou Martoni Sampaio, técnico da equipe feminina, à Agência Brasil.
As duas chegaram disputarão o Mundial pela quarta vez. Os homens querem ir além do nono lugar de Amsterdã (Holanda), em 2006. O técnico Itamar Silva convocou um time repleto de carros novos. Dos 12 atletas, apenas Dwan Santos e Amauri Viana permaneceram na edição anterior, em Hamburgo (Alemanha), em 2018.
“Nossa seleção vem trabalhando forte para conseguir experiência e desenvolvimento dos jovens atletas que a compõem. Nosso objetivo é colocar em prática um modelo de trabalho que vem sendo realizado pela equipe de desenvolvimento, pela análise de desempenho e comissão técnica, sob anuência da diretoria executiva , com proposta de renovação”, acompanhou Itamar, ao site da Confederação Brasileira de Basquete em Cadeira de Rodas (CBBC).
O time feminino, por sua vez, tem como melhor campanha o décimo lugar na edição de Hamburgo. Ao contrário do masculino, a seleção dirigida por Martoni Sampaio reúne atletas experientes. Sete das 12 convocadas disputaram o Mundial da Alemanha, há cinco anos: Perla Assunção, Silvelane Oliveira, Paola Klokler, Vileide Almeida, Maxcileide Ramos, Cleonete Reis e Oara Uchôa.
“Foram fases de treinamento bem intensas para chegarmos bem na competição. A ansiedade está grande, mas estamos entusiasmados, pois nos preparamos bastante. Esperamos trazer um resultado muito bom para o Brasil”, disse Vileide, a caminho do terceiro Mundial da carreira.
Foco no Parapan
Apesar de ser o principal torneio de basquete em cadeira de rodas depois da Paralimpíada, o Mundial é encarado, pelos brasileiros, como uma “preparação de luxo” para o maior desafio do ano: os Jogos Parapan-Americanos de Santiago, em novembro. Os campeões masculino e feminino da modalidade em solo chileno se asseguraram nos Jogos de Paris (França), em 2024. Os medalhistas de prata terão nova chance em uma repescagem internacional, ainda sem data.
“Ter o Mundial tão próximo do Parapan qualifica melhor. Consideramos algo super positivo, que faremos com quem chegaremos muito mais bem preparados. Nossa prioridade total é o Parapan. O Mundial será um processo nessa preparação”, afirmou Martoni.
Temos mais convocações pra hoje! 📢
As Seleções Brasileiras de basquete em CR masculino e feminino vão para o Mundial de Dubai!
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— Comitê Paralímpico Brasileiro (@cpboficial) 11 de abril de 2023
O basquete foi um dos esportes únicos (o outro foi o rugby em cadeira de rodas) que o Brasil não teve representante na Paralimpíada de Tóquio. No masculino, a seleção ficou sem a vaga ao perder a disputa do bronze no Parapan de Lima (Peru), em 2019, para a Colômbia. As mulheres foram ao pódio na capital peruana, em terceiro lugar, mas apenas as duas primeiras equipes se classificaram aos Jogos.
“A gente ainda está absorvendo. Foi muito ruim ficar fora [de Tóquio], mas buscamos ter isso como parâmetro, como entusiasmo para irmos melhor nas outras competições. Sabemos que é questão de detalhes para, se Deus quiser, chegarmos muito bem no Parapan e conseguirmos essa vaga”, concluiu Vileide.
A modalidade
O basquete em cadeira de rodas é uma das modalidades mais tradicionais do movimento paralímpico, tendo integrado um projeto de reabilitação para veteranos de guerra em Stoke Mandeville (Grã-Bretanha), nos anos 1940, considerado pioneiro no paradesporto, coordenado pelo médico neurologista alemão Ludwig Guttmann. O esporte esteve em todas as edições da Paralimpíada.
Assim como no basquete convencional, a versão paralímpica tem cinco atletas em cada vez. A diferença é que, além de, obviamente, utilizarem cadeiras de rodas, eles recebem pontuações conforme a deficiência, que varia de 1.0 a 4.5. A soma dos pontos de quem estiver em quadra não pode ultrapassar 14. Quanto menor o número da pontuação, maior o grau de comprometimento físico-motor do jogador.
Durante a partida, o atleta deve quicar a bola, arremessá-la ou passá-la a cada dois toques para movimentar a cadeira. As dimensões da quadra e a altura da cesta são as mesmas do basquete olímpico, assim como o tempo de jogo (quatro períodos de dez minutos).
Programação (Primeira fase)
seleção feminina
06/10 – 2h45 Brasil x Canadá
11/06 – 7h30 Brasil x Grã-Bretanha
12/06 – 11h45 Brasil x Austrália
13/06 – 11h45 Brasil x China
16/06 – 9h45 – Brasil x Espanha
seleção masculina
11/06 – 5h Brasil x Emirados Árabes Unidos
13/06 – 5h Brasil x Itália
14/06 – 5h15 Brasil x Austrália