O debate desta terça-feira (17), promovido pela RedeTV! e o portal Uol com candidatos à Prefeitura de São Paulo, foi caracterizado por confrontos e gritaria, com raras propostas para a cidade. O evento, que começou às 10h20, ocorreu sob o impacto do episódio anterior, no qual José Luiz Datena (PSDB) acertou uma cadeirada em Pablo Marçal (PRTB) durante o debate na TV Cultura, no domingo (15). As cadeiras, inclusive, foram parafusadas para evitar novos incidentes.

Datena e Marçal, os protagonistas do incidente anterior, trocaram acusações logo no início do debate. Marçal se referiu ao adversário como tendo um comportamento “análogo a um orangotango”, afirmando que foi vítima de uma tentativa de homicídio. Datena, por sua vez, pediu direito de resposta e declarou que não repetiria a agressão, chamando Marçal de “covarde”.

O clima tenso se intensificou quando Ricardo Nunes (MDB) e Pablo Marçal protagonizaram um bate-boca, levando a moderadora a ameaçar suspender ambos. Marçal se recusou a seguir as regras, como tratar os adversários pelo nome, optando por apelidos depreciativos. Ele se referiu a Nunes como “Bananinha” e trouxe à tona um boletim de ocorrência de violência doméstica contra o atual prefeito.

Por outro lado, Nunes também partiu para ataques, relembrando uma condenação de Marçal por furto qualificado em 2010, envolvendo a Operação Pégasus. Segundo Nunes, o comportamento de Marçal era de “malandragem de cadeia”, em referência à condenação.

O segundo bloco do debate trouxe um breve alívio nas tensões, mas as propostas para a cidade continuaram escassas. A candidata Marina Helena (Novo) acusou Tabata Amaral (PSB) de usar jatinho particular para visitar o namorado, o prefeito de Recife, João Campos, ao que Tabata respondeu com indignação, classificando a acusação como um “delírio grave” e prometendo processá-la.

Nos blocos seguintes, os candidatos responderam a perguntas de jornalistas. Ricardo Nunes foi questionado sobre irregularidades em contratos emergenciais da prefeitura, enquanto Guilherme Boulos (PSOL) foi pressionado pela falta de adesão da periferia à sua campanha. Já Pablo Marçal foi desafiado a explicar suas críticas ao Bolsa Família, programa que ele prometeu extinguir se fosse eleito presidente.

Ao final do debate, as discussões acaloradas continuaram a dominar a pauta, e as poucas propostas para São Paulo acabaram ofuscadas pelas brigas entre os candidatos.

Fonte: G1

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