Compra do Credit Suisse pelo UBS no valor de R$ 17 bilhões criará um gigante bancário no país em que o setor bancário é parte da identidade nacional

  • A compra do Credit Suisse pelo UBS criará um gigante bancário sem precedentes na história da Suíça, um país onde o setor bancário é parte integral da identidade nacional. 

    Entenda nas próximas fotos os principais pontos do acordo de R$ 17 bilhões (3 bilhões de francos suíços) concluído neste domingo (19), após intensas negociações envolvendo o governo, reguladores financeiros e o Banco Central

    Moritz Hager/Reuters

  • Estabilidade financeira

    O Credit Suisse, segundo maior banco suíço, está em turbulência há dois anos e é uma das 30 instituições financeiras consideradas grandes demais para falir. 

    “Seu destino é, portanto, decisivo não apenas para a Suíça, para nossas empresas, clientes particulares, seus funcionários, mas para a estabilidade de todo o sistema financeiro”, declarou o presidente suíço, Alain Berset, ao apresentar o acordo. 

    A ministra das Finanças, Karin Keller-Sutter, afirmou que a falência do Credit Suisse teria causado “uma turbulência econômica irreparável”.

    “Por essa razão, a Suíça deve assumir a responsabilidade além de suas fronteiras”, indicou. “A compra do Credit Suisse pelo UBS estabeleceu a base de uma maior estabilidade na Suíça e internacionalmente”, acrescentou

    Arnd Wiegmann/Reuters – 05.10.2022

  • Colosso em gestão de patrimônio

    “A combinação dos dois bancos fortalece a posição do UBS como líder mundial em gestão de patrimônio, com mais de R$ 26,3 trilhões (US$ 5 trilhões)) investidos em bens nos mercados de crescimento mais atraentes”, disse o presidente do conselho do UBS, Colm Kelleher. 

    “Também fortalece a posição do UBS como líder em serviços bancários universais na Suíça e amplia nossa posição como o principal banco global suíço”, acrescentou. 

    “A combinação dos dois negócios deve gerar uma redução de custo anual de mais de US$ 8 bilhões (cerca de R$ 42 bilhões) até 2027”, disse o UBS no comunicado

    Arnd Wiegmann/Reuters – 24.3.2021

  • Sem voto dos acionistas

    Os acionistas receberão uma ação do UBS para cada 22,48 ações do Credit Suisse que possuem, equivalente a R$ 4.33 (0,76 francos suíços) por ação, abaixo do preço de fechamento de sexta-feira de R$ 10,60 (1,86 francos suíços). 

    No entanto, esta compra não estará sujeita ao voto dos acionistas, conforme acordo firmado com as autoridades suíças e outras autoridades reguladoras. A Comissão de Concorrência também não terá voz na excepcional fusão entre os dois maiores bancos da Suíça

    Denis Balibouse/Reuters

  • Depósitos protegidos

    “Espera-se que a fusão seja concluída até o final de 2023, se possível”, afirmou o Credit Suisse em comunicado. Enquanto isso, o Credit Suisse continuará a implementação de seu programa de reestruturação “em colaboração com o UBS”. A FINMA, regulador financeiro suíço, afirmou que todos os serviços do banco continuarão sem interrupção. 

    “Assim se garante a proteção dos correntistas cujas contas, contas de segurança e outros serviços (caixa eletrônico, banco online, cartões de débito e crédito) continuarão disponíveis”, indicou

    Denis Balibouse/Reuters – 15.3.2023

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  • Empregos

    O UBS assumirá a gestão de patrimônio, gestão de ativos e o banco nacional suíço do Credit Suisse, incluindo serviços bancários de varejo e empréstimos para pequenas e médias empresas. 

    “O UBS pretende reduzir o negócio de banco de investimentos do Credit Suisse e alinhá-lo com nossa cultura conservadora de risco”, disse Kelleher, referindo-se a um dos aspectos mais arriscados da pasta do Credit Suisse. 

    Mas nem Kelleher nem o presidente do Credit Suisse, Axel Lehmann, deram detalhes sobre possíveis cortes de empregos, embora desejem manter o período de incerteza o mais curto possível

    Denis Balibouse/Reuters – 19.3.2023

  • Liquidez

    Para facilitar o negócio, o governo suíço concedeu ao UBS uma garantia de R$ 56,4 bilhões (9,9 bilhões de francos suíços) para cobrir possíveis perdas de certos ativos que absorverá. Banco Nacional Suíço também fornecerá suporte aos dois bancos na forma de liquidez de até R$ 569.7 bilhões (100 bilhões de francos suíços)

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