Hoje, dia de finados, muitos estão visitando seus entes queridos. Fazem isso por qual razão?

Você já perdeu alguém que ama? Quantos de nós, principalmente nestes tempos lamentáveis de pandemia, perderam alguém?

Assim como muitos, também já perdi pessoas que amo. Meu pai, Bibiano; minha irmã, Cleonor… perdi amigos preciosos que me ajudaram a ser mais humano e a perseguir uma dimensão superior a esta existência. Dom Jacson Damasceno, padre Rogério Ruvoletto, Dom Sérgio Castriani… Com eles aprendi que uma vida sem esperança é uma vida sem luz e que a esperança precisa ser esperançada!

E que coisa estranha! Na madrugada de hoje tive um sonho intrigante. Sonhei que estava reunido com um grupo de pessoas ao redor de uma cruz, e de repente alguém me pediu que lesse uma passagem da bíblia e compartilhasse uma reflexão. Após a reflexão, no sonho, soprou um vento suave e cheio de frescor. Um sonho simples e sem nada de extraordinário.

Pela manha fui participar de um momento de oração presidido por nosso pároco, padre Alejandro, no local em que a jovem Etelvina Alencar, no dia 09 de março de 1901, fora assassinada .

Padre Alejandro pediu-me que fizesse a leitura do evangelho e durante a leitura, feita em baixo das árvores e próximo da capelinha de “Santa Etelvina”, soprou, por um breve momento, um leve e suave vento. Durante a leitura eu lembrei de meu pai, ao mesmo tempo em que recordava a história de Etelvina de Alencar. Que momento forte vivido!

Neste dia de finados posso afirmar que as pessoas que amamos não morrem. Permanecem em nossos corações, em nossas mentes. Mas, ao mesmo tempo, tenho fé e esperança que já se encontram no Reino dos Céus. Tenho fé que um dia nos reencontraremos!

Já não espero mais que desça um sinal do céu para que me mova confiante nas promessas de Deus, promessas de vida eterna. É essa minha esperança.

A esperança é a âncora, aonde nossa alma entrelaça nossos sonhos. Por isso sempre é bom carregar esperança em nossos corações.

Eserança de dias melhores, de dias de justiça e paz, de viver o amor verdadeiro, de trabalhar em um bom emprego, de construir a casa dos sonhos e lá viver o amor em família, de uma sociedade sem corrupção, e sobre tudo a esperança de vida eterna!

A pessoa que tem Deus, tem essa esperança, poi sem ela qual seria o sentido da vida?

Do que adianta uma pessoa conquistar uma alta posição social, crescer financeiramente, ter um bom casamento, bons amigos, e enfim realizar todos os seus sonhos, mas perder a vida, a vida eterna?

Recordo uma passagem bíblica em que Jesus afirma: “Pois que adianta ao homem ganhar o mundo todo e perder a sua alma?” (Marcos 8.36).

A verdadeira esperança crê em algo mais que essa vida, para além dessa vida, transcendente! Uma vida num céu de glória, onde não habita a dor, o sofrimento, a fome, a mentira, o ódio, o egoísmo… Deus preparou para seus escolhidos um lugar especial que só se chegará lá com a fé alimentada pela rica esperança em cristo, de vida eterna.

Creio que é lá que se encontra meu pai, minha irmã, meus amigos… é lá que se encontram as pessoas que amamos.

A beleza da vida consiste em buscar construir e viver esse céu, esse paraíso, experimentá-lo enquanto se caminha neste mundo. Isso é um mistério e ao mesmo tempo uma realidade.

A morte não é o fim.

Bibiano Garcia é filósofo, professor da rede pública municipal. Ex vereador de Manaus e ex secretário executivo adjunto de educação. É Missionário Leigo Redentorista. Ministro extraordinário da Palavra e da Sagrada Eucaristia.

Participação.

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