Os dois suspeitos presos pelo desaparecimento do indigenista brasileiro Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips confessaram nesta quarta-feira (15) o assassinato das vítimas. Amarildo da Costa de Oliveira, conhecido como Pelado, e o irmão dele, Oseney da Costa Oliveira, o Dos Santos, admitiram o crime e foram levados pela Polícia Federal para a área de buscas.
Amarildo da Costa de Oliveira, conhecido como Pelado, foi preso no dia 7, e o irmão dele, Oseney da Costa Oliveira, o Dos Santos, foi detido nesta terça-feira (14). Uma testemunha chave afirmou ter visto Pelado carregar uma espingarda e fazer um cinto de munições pouco depois que Pereira e Phillips deixaram a comunidade de São Rafael com destino a Atalaia do Norte, na manhã do último domingo, data em que foram vistos pela última vez.
Lavagem de dinheiro e pesca ilegal
A PF também investiga se um esquema de lavagem de dinheiro para o narcotráfico por meio da venda de peixes e animais pode estar relacionado ao desaparecimento da dupla. O GLOBO apurou que apreensões de peixes que seriam usados no esquema foram feitas recentemente por Pereira, que acompanhava indígenas da Equipe de Vigilância da União dos Povos Indígenas do Javari (Unijava). As embarcações levavam toneladas de pirarucus, peixe mais valioso no mercado local e exportado para vários países, e de tracajás, espécie de tartaruga considerada uma especiaria e oferecida em restaurantes sofisticados dentro e fora do país.
A ação de Pereira contrariou o interesse do narcotraficante Rubens Villar Coelho, conhecido como “Colômbia”, que tem dupla nacionalidade brasileira e peruana. Ele usa a venda dos animais para lavar o dinheiro da droga produzida no Peru e na Colômbia, vendida a facções criminosas no Brasil. Há suspeita de que ele teria ordenado a Amarildo da Costa de Oliveira, o Pelado, a colocar a “cabeça de Bruno a leilão”.