Ato é visto como é uma resposta aos ataques que o Ibama tem sofrido, após o instituto determinar que o influenciador Agenor Tupinambá entregasse a capivara Filó ao órgão. Ato foi realizado em frente ao Ibama, que fica localizado no Distrito Industrial Marcelo Moreira/ Rede Amazônica Manifestantes realizado um ato na manhã desta terça-feira (2), em defesa ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), em Manaus. O ato é visto como uma resposta aos ataques que o Ibama tem sofrido, após o instituto determinar que o influenciador Agenor Tupinambá entregasse a capivara Filó ao órgão. O protesto aconteceu em frente à sede instituto, que fica localizado na rua Ministro João Gonçalves de Souza, no bairro Distrito Industrial, zona Sul de Manaus. O superintendente do Ibama Joel Araújo esteve presente na manifestação Marcelo Moreira/ Rede Amazônica O superintendente do Ibama Joel Araújo afirmou ao g1, que os ataques que o Ibama tem sofrido são graves e que a sociedade precisa compreender o verdadeiro papel do instituto. “É preciso manter a integridade deste órgão que é tão importante pra proteção ambiental, fauna e flora da Amazônia. Esse ataque não foi apenas ao Ibama e sim a toda uma sociedade que vive em um estado democrático de direito”, explicou o superintendente. Joel defendeu as pessoas que estão do lado do instituto e garantiu que, apesar da baixa expressão nas redes sociais, acredita na participação da sociedade em defesa ao instituto. “Nós não temos a mesma força que os influenciadores da internet têm. Mas sabemos, que quem está do nosso lado são as pessoas que defendem o meio ambiente, a ciência e principalmente a proteção animal”, finalizou. *Com informações de Marcelo Moreira, da Rede Amazônica Leia também: O que se sabe sobre o caso da capivara ‘Filó’, criado por influenciador multado pelo Ibama no AM Relembre o caso Como tudo começou? No início deste ano, Agenor Tupinambá viralizou nas redes sociais, ao mostrar a rotina com a capivara Filomena, chamada pela família de “Filó”. No dia 6 de fevereiro, o fazendeiro contornou ao g1 como que a capivara tinha entrado na vida dele de maneira inesperada e “triste”. Nas redes sociais, ele divulgava vídeos de “Filó” e de outros animais domésticos e silvestres. Influenciador multado do Ibama Em abril, dois meses após viralizar nas redes sociais, o influenciador foi multado pelo Ibama em mais de R$ 17 mil. O órgão ambiental aponta que há suspeita de abuso, maus-tratos e exploração animal. Ele também foi notificado a retirar todas as publicações feitas com os animais de seus perfis em plataformas digitais. Repercussão nas redes sociais No dia 18 de abril, depois de ser notificado pelo Ibama, Agenor usou as redes sociais para expor as multas. Em vídeo, ele chorou e conto que o órgão deu prazo de seis dias para a entrega da capivara aos fiscais de Manaus. O caso repercutiu a chegou aos políticos tanto do Amazonas como de outros estados do país. O assunto divide opiniões. Entrega do influenciador Filó ao Ibama No dia 27 de abril, Agenor chegou para entregar a capivara ao Ibama. O animal foi transportado em um avião de Autazes até o aeroclube de Manaus, onde agentes do Ibama aguardavam. Agenor acompanhou a viagem com “Filó” nos braços. O Ibama disse que sugeriu a soltura do animal nas proximidades de Autazes. Como a família de Agenor alertou que a capivara poderia ser alvo de caçadores, houve consenso de que o animal deveria ser transferido para o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), em Manaus. Decisão da justiça devolve capivara ao influenciador Depois de ser obrigado a entregar a capivara ao Ibama, Agenor Tupinambá recebeu ajuda jurídica para continuar. No sábado, 30 de abril, a Justiça Federal concedeu a guarda provisória da capivara ao influenciador. Na decisão, o juiz Márcio André Lopes Cavalcante escreveu que Agenor “vive em perfeita e respeitosa simbiose com a floresta e com os animais ali existentes”. A decisão diz ainda: “Não é a Filó que mora na casa do Agenor. É o autor que vive na floresta, como ocorre com outros milhares de ribeirinhos na Amazônia, realidade muito difícil de ser imaginada por moradores de outras localidades urbanas no Brasil” . Ainda na noite de sábado, com a decisão em mãos, a deputada estadual Joana Darc, Agenor e outras pessoas chegaram a ir para a frente da sede do Ibama para tentar retirar o animal. Na manhã de domingo, 29 de abril, eles conseguiram se retirar a capivara da unidade do Ibama. O Ibama responde decisão Nesta segunda-feira (1º), o Ibama reiterou que vai continuar tentando reintegrar a capivara à natureza. Em um vídeo publicado no Twitter, o analista Roberto Cabral, fiscal do órgão, afirmou que a decisão judicial que devolveu a capivara ao influenciador prejudica o trabalho do instituto. De acordo com o agente, o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), em Manaus, é o início do trabalho que garante a reintrodução do animal na natureza. “Nós lutaremos para que o melhor destino dela seja cumprido. E o destino dela é ser livre, mas realmente livre, realmente na mata, e com outros de sua espécie”, disse. O que a lei diz ambiental As multas do Ibama são obrigatórias na legislação brasileira. O órgão notificou o influenciador com base no Decreto nº 6.514/2008, que regulamenta a Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/1998). O artigo 33 destaca que é proibido “explorar ou fazer uso comercial de imagem de animal silvestre mantido irregularmente em cativeiro ou em situação de abuso ou maus-tratos”. Segundo o Ibama, Agenor foi multado por práticas relacionadas à exploração de animais silvestres para a geração de conteúdo em redes sociais. Vídeos mais assistidos do Amazonas
