A fototerapia é um tratamento que faz uso de luzes ultravioletas artificiais UVA ou UVB que possuem ação anti-inflamatória e imunossupressora capazes de estimular ou inibir a atividade celular.
O tratamento com fototerapia é principalmente utilizado em recém-nascidos com icterícia, além de também poder ser indicado no tratamento da psoríase, urticária crônica, dermatite atópica, vitiligo ou eczema, por exemplo.
Esse tipo de tratamento é simples e não necessita de preparo, sendo apenas indicado que a pessoa tenha os olhos cobertos durante toda a sessão. De acordo com o objetivo do tratamento, o médico também pode indicar o uso de remédios para potencializar os efeitos da fototerapia.
Para que serve
A fototerapia é indicada para problemas de pele, como:
- Psoríase;
- Eczema infeccioso;
- Linfoma cutâneo de células T ou micose fungóide;
- Pitiríase liquenoide plana;
- Dermatite atópica;
- Esclerodermia;
- Líquen plano;
- Vitiligo;
- Alopecia areata;
- Urticária crônica espontânea;
- Mastocitose;
- Doença do feto contra o hospedeiro.
Além disso, a fototerapia pode ser indicada nos casos de icterícia neonatal ou hiperbilirrubinemia do recém-nascido, em que o bebê apresenta a pele mais amarelada devido ao acúmulo de pigmento bilirrubina. Assim, ao realizar a fototerapia, é possível favorecer a absorção da luz internada pela bilirrubina, observando sua concentração no sangue do bebê. Conheça mais sobre a hiperbilirrubinemia do recém-nascido.
A quantidade de sessões de fototerapia pode variar de acordo com o objetivo do tratamento e a gravidade da doença, devendo ser sempre indicada pelo médico.
Como funciona
A fototerapia tem ação anti-inflamatória e imunossupressora, além de ser útil para diminuir a superprodução de células em locais específicos da pele. Por vezes, para potencializar os efeitos da fototerapia, o médico pode receitar o uso de medicamentos como retinoides, metotrexato ou ciclosporina antes da exposição à luz.
A realização da fototerapia consiste em aplicar uma luz com espectro de onda adequado diretamente no local a ser tratado, sendo importante que a pessoa tenha os olhos protegidos por um tapa olho durante todo o tratamento.
Como é feito
A fototerapia é feita com diferentes tipos de equipamentos, que emitem a luz ultravioleta no corpo todo ou em regiões específicas da pele, conforme orientação do dermatologista, que deve indicar o tipo de fototerapia a ser utilizada, assim como o comprimento de onda e dose a ser aplicado.
Para iniciar a fototerapia, são necessárias algumas medidas de segurança, como usar óculos de proteção, os órgãos genitais cobertos e usar um protetor facial, que são fornecidos pelo médico para a realização do procedimento.
Após a conclusão da fototerapia, é recomendado o uso de óculos de sol com proteção ultravioleta, e protetor solar regularmente, especialmente nas áreas de pele expostas ao sol.
Tipos de fototerapia
Existem diferentes tipos de fototerapia que podem ser feitos para problemas de pele, sendo os principais:
- Fototerapia UVB de banda estreita: esse o tipo de fototerapia utiliza radiação UVB, com comprimento de onda mais intenso entre 311 a 313nm, sendo mais indicado e mais eficaz para o tratamento da psoríase em adultos. Essa fototerapia pode ser feita somente com a aplicação da luz UVB, podendo ser nesse caso seguro para grávidas ou crianças. Além disso, essa fototerapia pode ser feita em associação com retinoides adicionados, corticóides ou sintéticos da vitamina D, sendo neste caso contra-indicada para gestantes;
- Fototerapia UVB de banda larga: esse tipo de fototerapia é feito aplicando luzes de radiação UVB de amplo espectro, com comprimento de onda entre os 280-320nm. Esse tipo de fototerapia é menos utilizado atualmente, devido a sua menor eficácia e maior risco de efeitos colaterais;
- Fototerapia UVA com psoraleno (PUVA): é um tipo de tratamento combinado que consiste em primeiro em tomar por via oral ou aplicar sobre a pele uma substância chamada psoraleno, indicada pelo médico, que deixa a pele mais sensível ao tratamento, e 2 horas depois, expor a área da pele que será irradiada à radiação UVA, indicada especialmente em caso de vitiligo, psoríase, eczema, líquen plano ou urticária pigmentosa, por exemplo.
O tipo de fototerapia deve ser indicado pelo dermatologista, de acordo com a condição a ser tratada, tratamentos anteriores, estágio da doença e gravidade dos sintomas.
fototerapia neonatal
A fototerapia neonatal é indicada nos casos de icterícia ou hiperbilirrubinemia, que causam pele e olhos amarelados no bebê, devido ao depósito de bilirrubina na pele, que é um pigmento produzido quando os glóbulos vermelhos se decompõem. Assim, a fototerapia permite eliminar a bilirrubina em excesso através da urina, evitando complicações neurológicas no bebê.
Para garantir a eficácia desse tratamento, é importante que a luz internada tenha um comprimento de onda capaz de ser absorvida pela bilirrubina e que tenha atenção à concentração inicial de bilirrubina, pois dessa forma é possível indicar a quantidade de sessões necessárias.
O recém-nascido geralmente é colocado por baixo de uma luz branca ou azul, que pode ser colocado a 30 ou 50 cm de distância de sua pele, com os olhos devidamente tapados com uma venda específica, pelo tempo determinado pelo pediatra.
Possíveis efeitos colaterais
Os efeitos colaterais que podem surgir devido à exposição à radiação ultravioleta da fototerapia são:
- Envelhecimento da pele tratada;
- Vermelhidão da pele, que atinge um pico em 12 a 24 horas após o tratamento;
- Sensação de queimação na pele tratada;
- Dor, aumento ou formação de bolhas na área tratada;
- Reativação do vírus do herpes labial;
- Formação de bolhas nas placas de psoríase;
- Pele seca ou enrugada;
- Alterações na cor da pele tratada;
- Perda da elasticidade ou maior alergia da pele.
Além disso, no caso da fototerapia PUVA, também pode ocorrer dor intensa na pele, mal estar, febre, danos no leito da unha, hemorragia ou sangramentos debaixo das unhas, náuseas, lentigos ou ceratoses, por exemplo. Outro efeito colateral da PUVA é o risco aumentado de desenvolver catarata, sendo por isso recomendada a proteção com óculos especiais durante o tratamento.
Fototerapia pode causar câncer?
A fototerapia, especialmente a fototerapia PUVA, pode aumentar o risco de desenvolvimento de câncer de pele, como o carcinoma de células escamosas ou o melanoma, quando é utilizado por longos períodos e em comprimento de onda inadequado, em pessoas, como aqueles que apresentam casos de câncer de pele na família.
O tratamento com fototerapia só deve ser feito com indicação do dermatologista, cumprindo suas recomendações em relação ao número de sessões e tempo de cada uma delas para que seja um método seguro de tratamento.
Quando não é recomendado
A fototerapia não deve ser realizada nas seguintes situações:
- Lúpus eritematoso sistêmico;
- Dermatomiosite;
- Xeroderma pigmentoso;
- Albinismo;
- Pênfigo;
- Porfíria;
- Histórico de melanoma e/ou de câncer de pele não melanoma;
- Histórico de exposição ao arsênio ou radiação ionizante;
- Tratamento com imunossupressores;
- Insuficiência hepática grave;
- Fotossensibilidade;
- Recém-nascidos que apresentaram hiperbilirrubinemia devido a problemas nos rins ou no fígado.
Além disso, a fototerapia PUVA, é contraindicada para crianças, mulheres grávidas ou em amamentação, ou por pessoas que tenham catarata ou que façam uso de remédios como varfarina ou fenitoína.
Este artigo possui 94% de aprovação
(518 estimativas)
Bibliografia
-
COLVERO, Aline P.; COLVERO, Mauricio O.; FIORI, Renato M. Fototerapia. Scientia Medica. Vol 15. 2 ed; 90-96, 2005
-
ICTERÍCIA DO RECÉM-NASCIDO COM IDADE GESTACIONAL > 35 SEMANAS. Sociedade Brasileira de Pediatria. Disponível em: . Acesso em 06 ago 2021
-
CESTARI, Tânia F.; PESSATO, Simone; CORREA, Gustavo P. Fototerapia – aplicações clínicas. An Bras Dermatol. Vol 82. 1 ed; 2007
-
SOCIEDADE BRASILEIRA DE DERMATOLOGIA REGIONAL RIO DE JANEIRO. O que é fototerapia. Disponível em: . Acesso em 17 nov 2022
-
RATHOD, DG; MUNEER, H. MASOOD, S. IN: STATPEARLS [INTERNET]. ILHA DO TESOURO (FL): STATPEARLS PUBLISHING. Fototerapia. 2022. Disponível em: . Acesso em 17 nov 2022
-
ANSONG-ASSOKU, B.; ET AL. EM: STATPEARLS [INTERNET]. ILHA DO TESOURO (FL): STATPEARLS PUBLISHING. Icterícia Neonatal. 2022. Disponível em: . Acesso em 17 nov 2022
-
PUGASHETTI, R.; e outros UVB de banda larga revisitado: a moda UVB de banda estreita está limitando nossas opções terapêuticas?. J Dermatologista Tratar. 21. 6; 326-30, 2010
-
ABDULKADIR, I.; e outros Proteção ocular neonatal durante a fototerapia: o que protege melhor o olho?. Jornal de Pediatria Tropical. 67. 6; fmab101, 2021
-
CHEN, X.; e outros Fototerapia ultravioleta B de banda estreita versus fotoquimioterapia ultravioleta B de banda larga ou ultravioleta A de psoraleno para o tratamento da psoríase. Cochrane. 10. CD009481, 2013
-
BERNEBURG, M.; e outros Fototerapia com UVB de banda estreita vs banda larga. Acta Derm Venereol. 85. 2; 98-108, 2005
-
DUARTE, I.; e outros Fototerapia. Um. Bras. Dermatol. 81. 1; 74-82, 2006
-
SOUZA, PJG Fototerapia: indicações e controvérsias. 2015. MESTRADO INTEGRADO EM MEDICINA – FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA.
-
TEIXEIRA, AI; FILIPE, PL Protocolos de Fototerapia no Tratamento da Psoríase. Revista SPDV. 74. 4; 355-362, 2016
-
DUARTE, I.; e outros Qual é o tipo de fototerapia mais comumente indicado no tratamento da psoríase?: UVB banda estreita e PUVA: comportamento da prescrição. Um. Bras. Dermatol. 84. 3; 244-48, 2009
-
WOODGATE, P.; JARDINE, LA Icterícia neonatal: fototerapia. BMJ Clin Evid. 2015. 0319, 2015
-
DE ALMEIDA, MFB Quando devemos iniciar a fototerapia em recém-nascidos pré-termo?. J. Pediatr. (Rio J). 80. 4; 256-258, 2004
Mostrar bibliografia completa
const mainFn = () => { var options = {"language":"pt","isMobile":false}; main.init(options); window.setTimeout(function () { if (typeof amazonAds !== "undefined" && !amazonAds.loadedAds && !!googletag) { googletag.cmd.push(function() { googletag.pubads().refresh(); }); } }, 5000); var _comscore = _comscore || []; _comscore.push({ c1: "2", c2: "21145335" }); var _comscore = _comscore || []; _comscore.push({ c1: "8", c2: "21145335" ,c3: "1111" }); (function() { var s = document.createElement("script"), el = document.getElementsByTagName("script")[0]; s.async = true; s.src = (document.location.protocol == "https:" ? "https://sb" : "http://b") + ".scorecardresearch.com/beacon.js"; el.parentNode.insertBefore(s, el); } )(); !function(f,b,e,v,n,t,s) {if(f.fbq)return;n=f.fbq=function(){n.callMethod? n.callMethod.apply(n,arguments):n.queue.push(arguments)}; if(!f._fbq)f._fbq=n;n.push=n;n.loaded=!0;n.version="2.0"; n.queue=[];t=b.createElement(e);t.async=!0; t.src=v;s=b.getElementsByTagName(e)[0]; s.parentNode.insertBefore(t,s)}(window, document,"script", "https://connect.facebook.net/en_US/fbevents.js"); fbq("init", "162861800730320"); fbq("track", "PageView"); var propertyId = "UA-10615049-1",gtmId = "GTM-KBJZXMC",layout = "harmony",language = "pt",league = 8; (function (i, s, o, g, r, a, m) { i["GoogleAnalyticsObject"] = r; i[r] = i[r] || function () { (i[r].q = i[r].q || []).push(arguments) }, i[r].l = 1 * new Date(); a = s.createElement(o), m = s.getElementsByTagName(o)[0]; a.async = 1; a.src = g; m.parentNode.insertBefore(a, m) })(window, document, "script", "//www.google-analytics.com/analytics.js", "ga", { "useAmpClientId": true }); ga("create", propertyId, "auto", {"siteSpeedSampleRate": 10}); ga("require", gtmId); if (layout) { ga("set", "dimension2", layout); } if (league) { ga("set", "dimension5", league); } ga("set", "dimension18", language); ga("send", "pageview"); var tag = "GTM-N8S2MQM",dataLayer = "crossDataLayer"; (function(w,d,s,l,i){ w[l]=w[l]||[];w[l].push({"gtm.start": new Date().getTime(),event:"gtm.js"});var f=d.getElementsByTagName(s)[0], j=d.createElement(s),dl=l!="dataLayer"?"&l="+l:"";j.async=true;j.src= "https://www.googletagmanager.com/gtm.js?id="+i+dl;f.parentNode.insertBefore(j,f); })(window,document,"script",dataLayer, tag); main.addDataLayer(dataLayer); var tag = "GTM-P8PXWDX",dataLayer = "tsDataLayer"; (function(w,d,s,l,i){ w[l]=w[l]||[];w[l].push({"gtm.start": new Date().getTime(),event:"gtm.js"});var f=d.getElementsByTagName(s)[0], j=d.createElement(s),dl=l!="dataLayer"?"&l="+l:"";j.async=true;j.src= "https://www.googletagmanager.com/gtm.js?id="+i+dl;f.parentNode.insertBefore(j,f); })(window,document,"script",dataLayer, tag); main.addDataLayer(dataLayer); var backofficeUrl = "https://www.tuasaude.com/b/"; backoffice.init(backofficeUrl); var options = {"enable":true,"blocking":false,"language":"pt","privacyPage":"https://www.tuasaude.com/politica-de-privacidade","googleEvents":true}; consentBar.init(options); var options = {"type":"article","url":"fototerapia","id":21250,"theme":"indefinido","specialty":{"main":1,"type":"face-to-face","id":24,"descricao":"Dermatologia Geral","name":"Dermatologia","medic":"Dermatologista","specialist_slug":"dermatologista"}}; main.setPage(options); if (!amazonAds) { googleAds.onLoad( function() { googletag.display("divGptAd_ts_300x600_artigo"); } ); } if (!amazonAds) { googleAds.onLoad( function() { googletag.display("divGptAd_ts_mrec_artigo"); } ); } if (!amazonAds) { googleAds.onLoad( function() { googletag.display("divGptAd_ts_mrec_rodape_artigo"); } ); } if (!amazonAds) { googleAds.onLoad( function() { googletag.display("divGptAd_ts_sticky_footer_desktop"); } ); } if (!amazonAds) { googleAds.onLoad( function() { googletag.display("divGptAd_tuasaude_br_article_body_1"); } ); } if (!amazonAds) { googleAds.onLoad( function() { googletag.display("divGptAd_tuasaude_br_article_body_2"); } ); } if (!amazonAds) { googleAds.onLoad( function() { googletag.display("divGptAd_tuasaude_br_article_body_3"); } ); } } if (typeof main !== 'undefined') { mainFn(); } else { document.querySelector('#mainSiteScript').onload = mainFn; }