A praia do complexo turístico da Ponta Negra, em Manaus, passou a contar com uma tela de proteção de mais de mil metros, instalada para delimitar a área interditada para banhistas. A medida foi tomada após a interdição da praia na terça-feira, 17 de setembro, devido à seca dos rios que tornam a área perigosa para o banho. A barreira visa impedir o acesso de pessoas à área interditada, conscientizando os banhistas que, mesmo com a proibição, insistem em entrar no rio.
Além da tela, placas de sinalização com destaque em vermelho foram instaladas em diversos pontos da faixa de areia, reforçando a proibição de banhos no local. A decisão foi motivada pela segurança dos frequentadores, considerando o risco de afogamentos e as mudanças no terreno do leito do rio, que está com buracos e desníveis.
O prefeito David Almeida assinou o Decreto 5.985/2024, que formaliza a interdição pelo período de 90 dias. A medida foi embasada em um laudo técnico solicitado ao Serviço Geológico do Brasil (SGB), que identificou a situação crítica. No dia 20 de setembro, o rio Negro registrou a cota de 15,08 metros, uma redução de 21 centímetros em 24 horas.
A interdição segue as normas estabelecidas no Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), firmado entre a prefeitura e o Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM). O TAC prevê a suspensão do uso da praia sempre que laudos apontarem condições inseguras para banhistas.
Segundo Carlos Valente, diretor-presidente do Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb), a segurança do banho só é garantida quando a cota do rio está acima de 16 metros. Abaixo disso, a área torna-se perigosa, com a formação de areia movediça e buracos, fatores que levaram à interdição.
Apesar da proibição do banho, a faixa de areia ampliada pela descida das águas segue acessível para atividades esportivas e recreativas. O calçadão e demais estruturas do complexo permanecem em funcionamento, com reforço da segurança por equipes da Guarda Municipal, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros.
Além disso, a Secretaria Municipal de Limpeza Urbana (Semulsp) intensificou os serviços de limpeza na área para garantir a manutenção do espaço, enquanto durar a interdição.
A interdição da praia da Ponta Negra reflete a gravidade da seca no Amazonas, que tem causado quedas expressivas nos níveis dos rios nos últimos anos. Em comparação com os anos anteriores, a vazante deste ano foi de 21 centímetros, registrando uma cota de apenas 15,08 metros no dia 20 de setembro. Em 2023, no mesmo dia, a cota era de 18,66 metros, demonstrando o agravamento da situação.