A situação política na Venezuela se deteriorou na segunda-feira (29) quando milhares de venezuelanos saíram às ruas para protestar contra a recente eleição presidencial. A oposição acusa o presidente Nicolás Maduro de manipulação eleitoral, enquanto a comunidade internacional se divide sobre a legitimidade do pleito.
Os manifestantes entraram em confronto com a polícia, aumentando a tensão em um país já marcado por uma grave crise econômica e repressão política. A eleição de domingo foi uma das mais importantes em anos, com muitos jovens prometendo deixar o país se Maduro fosse reeleito.
Embora Maduro tenha prometido eleições justas e livres, o processo foi cercado por alegações de irregularidades. Figuras da oposição foram detidas, o principal líder opositor foi proibido de concorrer, meios de comunicação foram bloqueados e venezuelanos no exterior foram em grande parte impedidos de votar.
Apesar de o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), controlado por aliados de Maduro, ter declarado sua vitória com 51,2% dos votos, a oposição rejeitou os resultados, alegando que suas próprias contagens mostravam a vitória do candidato opositor Edmundo González. A oposição também acusou o CNE de impedir o processamento de votos e de negar acesso aos seus observadores durante a contagem.
Os protestos se espalharam por várias cidades do país, com manifestantes agitando bandeiras venezuelanas e gritando por liberdade. Em Caracas, soldados da guarda nacional reprimiram os protestos, na maioria pacíficos, com gás lacrimogêneo e cassetetes.
O líder da oposição, Edmundo González, junto com a popular figura María Corina Machado, apelou para a continuidade dos protestos. Eles afirmaram que todas as contagens de votos feitas pela oposição foram verificadas e compartilhadas online para garantir transparência.
A comunidade internacional está dividida. Os Estados Unidos e vários países europeus expressaram sérias preocupações sobre a legitimidade dos resultados. Muitos países latino-americanos também se recusaram a reconhecer a vitória de Maduro, resultando na expulsão de seus diplomatas da Venezuela.
Por outro lado, aliados de Maduro, como China, Cuba, Irã e Rússia, rapidamente o felicitaram pela vitória. A crise econômica da Venezuela, agravada pela queda dos preços do petróleo e pela corrupção, levou milhões a fugir do país, muitos buscando refúgio na fronteira sul dos EUA.
O futuro da Venezuela permanece incerto, com a possibilidade de novas sanções internacionais e uma crescente oposição interna que promete continuar lutando por mudanças. A situação atual é um reflexo das profundas divisões políticas e sociais que afetam o país.