Um estudo realizado no mercado municipal de Tefé, no Amazonas, identificou a presença de plástico no trato gastrointestinal de seis espécies de peixes. Entre os peixes analisados estão o tambaqui, o jaraqui e o pacu, peixes muito consumidos na região.
A pesquisa, coordenada pela pesquisadora Carolina Gomes Sarmento, do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (IDSM), contou com a análise de 336 peixes. Foram encontradas 34 partículas de plástico, incluindo fragmentos e filamentos, sendo sacolas, linhas de pesca e isopor os materiais mais comuns.
A identificação das partículas de plástico foi realizada por meio de espectroscopia de infravermelho, no Laboratório de Síntese e Caracterização de Nanomateriais (LSCN/IFAM-Manaus), associado ao SisNANO. A presença dessas partículas representa uma preocupação, uma vez que a contaminação por plástico pode afetar a saúde dos peixes e interferir na reprodução e recrutamento das espécies.
A região do Médio Solimões, onde se encontra a cidade de Tefé, depende em grande parte da pesca artesanal como atividade econômica e cultural essencial para a subsistência das populações locais. Portanto, as descobertas desse estudo têm um impacto direto nas comunidades que dependem da pesca para sua alimentação e sustento.
Carolina Sarmento ressaltou a importância de conscientizar sobre os impactos do plástico nos ecossistemas aquáticos e destacou a necessidade de ações para reduzir a poluição e promover a preservação dos rios e lagos amazônicos.
Esse estudo traz à tona a preocupante questão da contaminação dos peixes por plástico e ressalta a importância de encontrar soluções para enfrentar esse problema, visando a preservação dos recursos naturais e a saúde dos ecossistemas aquáticos da região amazônica.