Dom Phillips, que escreve para o jornal ‘The Guardian’, e o servidor licenciado da Funai Bruno Pereira foram vistos pela última vez no domingo (5).
As buscas pelo indigenista Bruno Araújo Pereira e pelo jornalista inglês Dom Phillips continuam neste sábado (11). Os dois desapareceram no domingo (5), quando navegavam pela Terra Indígena Vale Javari, no Amazonas.
A reserva onde eles desapareceram é palco de conflitos relacionados ao tráfico de drogas, roubo de madeira e garimpo ilegal.
A procura pelos dois teve início no próprio domingo por integrantes da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja). Como não conseguiram localizá-los, alertaram as autoridades sobre o sumiço na segunda-feira.
As buscas ao indigenista e ao jornalista reúnem o Exército, a Marinha, a Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM) e a Polícia Federal. O Exército atua desde a tarde de segunda, na região do Vale do Javari, com combatentes de selva da 16º Brigada de Infantaria de Selva, sediada em Tefé (AM).
A equipe conta com, aproximadamente, 250 homens, com militares especialistas em operações em ambiente de selva que conhecem o terreno onde acontecem as buscas. Duas aeronaves, três drones e 20 viaturas foram deslocadas ao município para prestar apoio às investigações.
O ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, comentou, durante uma audiência na Câmara na quarta-feira (8), sobre o caso e disse não ter “noção do que tenha acontecido”.
Em coletiva de imprensa realizada na quarta (7), o superintendente da Polícia Federal (PF) no Amazonas, Eduardo Fontes, afirmou que nenhuma linha de investigação foi descartada.
A PF também instaurou um inquérito para apurar o caso.
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Mapa mostra onde jornalista e indigenista desapareceram na Amazônia — Foto: Arte/g1
De acordo com a nota, divulgada pela Polícia Federal (PF), o material encontrado foi encaminhado para análise pericial pelo Instituto Nacional de Criminalística da PF.
O desaparecimento
Bruno e Phillips foram vistos pela última vez quando chegaram na comunidade São Rafael por volta das 6h de domingo e onde conversaram com a esposa do líder comunitário apelidado de Churrasco. De lá, eles partiram rumo a Atalaia do Norte, viagem que dura aproximadamente duas horas, mas não chegaram ao destino.
“Os dois se deslocaram com o objetivo de visitar a equipe de Vigilância Indígena que se encontra próxima à localidade chamada Lago do Jaburu (próxima da Base de Vigilância da FUNAI no rio Ituí), para que o jornalista visitasse o local e fizesse algumas entrevistas com os indígenas”, diz o texto da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja).
Eles viajavam com uma embarcação nova, de 40 cavalos, e 70 litros de gasolina, o suficiente para a viagem.