A 28ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 28) encerrou hoje, revelando um acordo inovador após intensas negociações entre representantes de 195 nações. O documento propõe avanços significativos na transição global de energia, mas deixa de incluir a expressão “eliminação gradual”, que indicaria a eliminação gradual dos combustíveis fósseis, os principais culpados pelas emissões de gases de efeito estufa.
A proposta inicial, apoiada por mais de 100 países, incluindo pequenos estados insulares em desenvolvimento (SIDS) e grandes produtores como os Estados Unidos, Canadá e Noruega, buscava a eliminação gradual de petróleo, gás e carvão. No entanto, enfrentou resistência notável da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), liderada pela Arábia Saudita, que defendeu a redução de emissões sem a eliminação específica de combustíveis.
O novo acordo enfatiza a “transição dos combustíveis fósseis nos sistemas energéticos, de maneira justa, ordenada e equitativa… para atingir o zero líquido até 2050, de acordo com a ciência.” Além disso, propõe triplicar a capacidade global de energia renovável até 2030, visando reduzir o uso de carvão e impulsionar tecnologias de captura e armazenamento de carbono.
O acordo destaca que os países são responsáveis por cumprir compromissos por meio de políticas e investimentos nacionais. Sultan Al Jaber, presidente da COP 28, elogiou o acordo como “histórico”, enfatizando que seu verdadeiro sucesso será medido pela implementação efetiva.
“Somos o que fazemos, não o que dizemos”, afirmou Al Jaber. “Devemos tomar as medidas necessárias para transformar este acordo em ações tangíveis.”
Apesar dos desafios e concessões, diversos países aplaudiram o acordo como um marco sem precedentes no enfrentamento das mudanças climáticas. O ministro das Relações Exteriores da Noruega, Espen Barth Eide, observou: “É a primeira vez que o mundo se une em torno de um texto tão claro sobre a necessidade de abandonar os combustíveis fósseis. Tem sido o elefante na sala. Finalmente abordamos isso de frente.”
O acordo da COP 28 marca um passo crucial na dedicação global para combater as mudanças climáticas, preparando o terreno para ações transformadoras nos próximos anos.