Lemos nos Atos dos Apóstolos: “Escolhei, irmãos, dentre vós sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria… Eles foram apresentados aos apóstolos que oraram e impuseram as mãos sobre eles.” (At 6,1-7)
Escolha é uma espécie de eleição. A escolha vem do outro, sou um escolhido, dou a minha adesão. Toda vocação é um chamado, uma escolha: Eu vos escolhi! Jesus chama e escolhe: pescadores, cobrador de impostos, pecadores. A história da Igreja é a história do chamado, da escolha e da resposta! Sempre um chamado, uma vocação que pede uma ressonância, uma consonância: adesão, resposta!
“Ide pelo mundo inteiro e proclamai o Evangelho a toda a criatura!” (Mc 16,9-15). A missão da Igreja é evangelizar! O anúncio da Boa Nova é a razão de ser da Igreja. A Arquidiocese de Manaus contará com mais oito diáconos permanentes para o serviço da evangelização. Após longa preparação serão ordenados diáconos.
O serviço, o diaconado é um ir, um movimentar-se, um sair, um estar a caminho; doação livre e generosa. Pelo mundo inteiro, a toda a criatura! Quase espanta a missão que se recebe pelo mundo inteiro. Quantos mundo a serem percorridos no servir a Palavra, a caridade: mundo da violência, da guerra, da desfraternidade, da imoralidade, da destruição, da desavença, do desconforto, da fome, do frio. Ser boa nova nesses mundos, servir. Mundos a esperar o anúncio da Boa Nova, o Evangelho. Mas não só aos homens e às mulheres, nos assusta que seja a toda a criatura. Como assim a toda a criatura? Tudo deveria estar inundado, tomado, transformado, purificado pelo Reino da Ressurreição. Nada mais fora da nova criação, do novo céu da nova terra. E hoje mais que nunca todas as criaturas, pois as criaturas estão sendo destruídas, massacradas, pela ganância, por certa economia que mata.
Os novos diáconos escolheram como texto iluminador, como horizonte de vida diaconal o texto: “Disponham-se a serviço uns aos outros através do amor” (Gl 5,13). Pela imposição das mãos e a invocação do Espírito Santo tornam-se disponíveis para o serviço de todos no amor. Um amor que serve, um amor serviço. Nesse sentido, servidores da liberdade! A liberdade do amor! O amor que é generoso, cordial, acolhedor, elevador, purificador; o amor serviço; servir a todos especialmente os da mesa da pobreza, do descarte, da desilusão, da deseducação. Amar o próximo como a si mesmo. A medida do ministério diaconal como serviço é o amor: assim como Jesus nos amou.
O serviço do altar, o serviço da palavra, o serviço da caridade. Tudo na fecundidade pessoal e fecundidade da Igreja. Diáconos na Igreja, para a Igreja, para as comunidades. A Igreja que escolhe e acolhe o vocacionado; a Igreja que invoca o Espírito Santo e os envia para ser presença anunciadora a todas as criaturas.
Ao serem ordenados diáconos não são retirados da família, mas inserem a família mais intimamente na ação evangelizadora e sacramental da Igreja. O cuidado e desvelo no seio familiar se intensifica com a ordenação diaconal. A igreja doméstica chamada a participar intimamente no anúncio do Reino de Deus. “Disponham-se a serviço uns aos outros através do amor” (Gl 5,13)
Leonardo Steiner
Arcebispo de Manaus