Manaus, 352 anos. Coragem e valentia!

Bibiano Garcia é filósofo, professor da rede pública municipal. Ex vereador de Manaus e ex secretário executivo adjunto de educação. É Missionário Leigo Redentorista. Ministro extraordinário da Palavra e da Sagrada Eucaristia.

A história de Manaus inicia em uma aldeia indígena, em torno da Fortaleza de São José da Barra, em 1669. Esta, foi construída para assegurar o domínio da coroa de Portugal na região, área da confluência do rio Negro com o Amazonas e o Solimões, e controlar o portão de entrada dos confins ocidentais da Amazônia, reservados à Espanha (1494), pelo Tratado de Tordesilhas.

O povoado que se desenvolveu no entorno recebeu o nome de São José da Barra do Rio Negro e em 1832, sob a denominação de Nossa Senhora da Conceição da Barra do Rio Negro, o vilarejo foi elevado à categoria de vila. Em 1848, a Vila da Barra foi elevada à categoria de cidade, com o nome de Cidade da Barra do Rio Negro, para receber em 1856 o nome de Manáos, em homenagem à nação indígena dos Manáos (Mãe dos Deuses), considerada o mais importante grupo étnico habitante da região, reconhecido historicamente pela sua coragem e valentia.

Se fosse uma pessoa, Manaus seria dotada de coragem e valentia. O IBGE descreveria a Manaus de hoje, como uma bela e jovem mulher, de cor parda, solteira, católica, com seu ensino médio completo e trabalhadora do comércio. Isso porque o senso de 2018 afirma que 51,5% das pessoas residentes em Manaus são mulheres, 17,8% tem entre 20 e 29 anos e 74,9% são declaradamente pardas. Os que tem ensino médio completo somam 36,2% e os que trabalham nos serviços ou no comercio são 25,5% e 39% desse total, demora de meia a uma hora para chegar ao trabalho.

Já os dados de 2010 do IBGE revelam que as solteiras são em maior número, 53% e 53,7% são da religião católica. Infelizmente esta jovem ao procurar um igarapé para banhar-se não encontra um que esteja limpo. Algumas nascentes da capital amazonense estão protegidas mas todos os seus igarapés estão poluídos. Entre os anos 60 e 70, balneários espalhados por Manaus eram pontos de lazer para várias classes sociais.

Esta jovem Manaus possui 653.618 mil moradias, porém mais da metade, 348,684 mil (53,3%) são consideradas aglomerados subnormais, ou seja, palafitas, ocupações e loteamentos, locais com difícil acesso a saneamento básico e serviços essenciais.

Esta jovem tem o sexto maior Produto Interno Bruto (PIB) de todos os municípios brasileiros, totalizando mais de 78 bilhões de reais (aproximadamente 20 bilhões de dólares) em 2018. No entanto, nove em cada 10 residentes não têm acesso ao sistema de esgoto, e apenas um terço dos esgotos da cidade recebe qualquer tipo de tratamento antes de ser despejado em uma das centenas de cursos d’água que correm por Manaus.

Mas nem sempre foi assim. Na época áurea da borracha de 1880 a 1910, com seus 50 mil habitantes, Manaus viveu seus anos de glória. Experimentou a prosperidade no período da borracha a depois com o programa Zona Franca de Manaus, hoje com 54 anos de resistência.

Seria hipócrita exaltar as virtudes da aniversariante sem anotar suas mazelas, seus paradoxos e frustrações. O que Manaus alcançou em termos de benefícios, conquistas e cidadania no contexto da distribuição da riqueza aqui produzida ao longo da História?

Quantos por cento da riqueza que Manaus produziu foi investido em infraestrutura de beneficiamento e industrialização da borracha?  Atualmente, ao recolher mais de 70% da riqueza aqui gerada por trabalhadores e empreendedores, o poder público federal repete a gestão descompromissada com a Amazônia.

O povoado que se desenvolveu no entorno recebeu o nome de São José da Barra do Rio Negro (Lugar da Barra) e em 1832, sob a denominação de Nossa Senhora da Conceição da Barra do Rio Negro, o vilarejo foi elevado à categoria de vila. Em 1848, a Vila da Barra foi elevada à categoria de cidade, com o nome de Cidade da Barra do Rio Negro, para receber em 1856 o nome de Manáos, em homenagem à nação indígena dos Manáos (Mãe dos Deuses), considerada o mais importante grupo étnico habitante da região, reconhecido historicamente pela sua coragem e valentia.

Continuo acreditando que precisamos cuidar melhor desta jovem que aniversaria hoje. Creio no poder de transformação, superação e melhorias. Mas isto será possível, verdadeiramente, a partir da organização e união da sociedade em boas parcerias com governos e classe empresarial. Todos juntos e empenhados alcançaremos, um novo ciclo de prosperidade, dessa vez, com justiça e paz.

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Participação.

1 comentário

  1. José Maria Pimentel em

    Poxa que legal conhecer as raízes as histórias da nossa cidade nunca tinha visto pela1 vez passo a conhecer através desse ícone filósofo e professor e ex vereador parabéns pela bela informação e a boa intenção de aplicar políticas públicas de verdade e com seriedade à está população desejo boa sorte nesse grande desafio de evolucionar mudar com suas táticas e executar uma boa gestão sendo reeleito merece o respeito desse povo

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