Conforme dados da Defesa Civil do Amazonas divulgados nesta terça-feira (31/10), das nove calhas dos rios no estado, cinco encontram-se em processo de enchente e quatro em final de vazante. Especialistas apontam que esse quadro indica a transição dos rios do estado do período de vazante para o início do período de enchente.
O geólogo da Defesa Civil do Amazonas, Igor Jacaúna, explicou: “O cenário hidrológico atualmente no nosso estado se encontra em um período que chamamos de transição. É o final do período da vazante para o início do período de enchente. Normalmente, nesse período é comum observar variações do nível do rio. Pode ser que em alguns dias esses níveis subam constantemente e em alguns outros dias ele pode descer também e ter essa variação, mas tendo a tendência ao processo de enchente.”
As calhas dos rios Juruá, Purus, Madeira, Alto Solimões e Rio Negro estão atualmente em processo de enchente. Enquanto isso, as calhas do Médio Solimões, Baixo Solimões, Médio e Baixo Amazonas estão em final de vazante. O geólogo prevê que essas últimas quatro calhas evoluam nos próximos dias, estabelecendo um processo de enchente mais constante, principalmente a partir da próxima semana.
As calhas representam subdivisões das bacias hidrográficas, formadas por um rio principal e seus afluentes. A bacia hidrográfica do Amazonas configura o maior sistema fluvial do planeta.
Em Manaus, uma estiagem severa durou 131 dias consecutivos de descida no Rio Negro, até o primeiro registro de elevação das águas no último sábado (30). O nível do rio permaneceu em 12,70 metros entre os dias 26 e 27 de outubro, mas nesta terça-feira (31/10), avançou para 12,94 metros, segundo dados do Serviço Geológico do Brasil (CPRM).
O Governo do Amazonas tem implementado a Operação Estiagem para mitigar os impactos da estiagem histórica, repassando mais de 1,1 mil toneladas de alimentos não-perecíveis aos municípios afetados desde o início do processo de vazante dos rios no estado. O Boletim do Comitê de Intersetorial de Enfrentamento à Situação de Emergência Ambiental desta terça-feira indica 60 municípios em situação de emergência e dois em alerta em todo o estado, afetando 598 mil pessoas.