O Amazonas tem 34 municípios em situação de alerta por conta da seca amazônica, de acordo com relatório mais recente da Defesa Civil do Estado, divulgado na quinta-feira (13). Além disso, municípios como Uarini e Benjamin Constant já decretaram situação de emergência.
O baixo nível dos rios tem levado desabastecimento a comunidades ribeirinhas e encarecido o transporte por barco.
De maneira geral, o acompanhamento, que é feito diariamente, tem três classificações de gravidade: a de atenção, alerta e emergência – quando a situação é mais crítica.
Pelo método de classificação da Defesa Civil, não há nenhuma cidade do Amazonas em estado de emergência.
Porto de Benjamin Constant, no AM. — Foto: Rede Amazônica.
No entanto, algumas prefeituras já decretaram situação de emergência, como é o caso de Uarini, localizado na Calha do Médio Solimões, e Benjamin Constant, no Alto Solimões.
Atualmente, os municípios incluídos na classificação de estado de alerta são:
- Calha do Juruá: Guajará, Ipixuna, Envira, Itamarati, Eirunepé, Carauari, Juruá;
- Calha do Purus: Boca do Acre, Pauini, Lábrea, Canutama, Tapauá e Beruri;
- Calha do Madeira: Humaitá, Apuí, Manicoré, Novo Aripuanã, Borba e Nova Olinda do Norte;
- Calha do Alto Solimões: Atalaia do Norte, Benjamin Constant, Tabatinga, São Paulo de Olivença, Amaturá, Santo Antônio do Içá e Tonantins;
- Calha do Médio Solimões: Jutaí, Fonte Boa, Japurá, Maraã, Uarini, Alvarães, Tefé e Coari.
Municípios em estado de atenção:
- Calha do Rio Negro: Santa Isabel do Rio Negro, São Gabriel da Cachoeira;
- Calha do Baixo Solimões: Codajás, Anori, Anamã, Caapiranga, Manacapuru, Iranduba, Manaquiri, Careiro Castanho e Careiro da Várzea;
Desabastecimento
Além de prejudicar o abastecimento de alimentos, água potável e remédio, a drástica descida do nível dos rios também dificulta o transporte na região.
Municípios do Amazonas em estado de alerta por causa da seca dos rios.
Em Benjamin Constant (a 1.119 quilômetros de Manaus), por exemplo, o preço do transporte de barco – único meio disponível para chegar ao município – subiu de R$ 35 para R$ 70, porque o trajeto aumentou por causa da seca.
As cargas, principalmente de alimentos, em grandes embarcações são remanejadas para barcos menores que conseguem navegar em trechos mais rasos, o que aumenta o preço final que chega ao consumidor.
“Para gente poder sair daqui e chegar a Tabatinga, nós rodamos cinco horas, seis horas, dependendo do horário que você sai. E nós não temos só Benjamin, nós temos Atalaia do Norte também para abastecer, seria dois municípios. Então nós temos aqui umas dez canoas de trabalho e essas dez canoas têm a responsabilidade de suprir as necessidades de Benjamin, Atalaia do Norte, municípios que dependem deste trabalho”, relata o barqueiro João Magalhães.
Fonte: G1