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    Início » “Os humanos serão despachados da terra por mau comportamento”, diz Ailton Krenak

    “Os humanos serão despachados da terra por mau comportamento”, diz Ailton Krenak

    RedaçãoDe Redação29/08/2022Nenhum comentário8 minutos lidos
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    Pensador indígena alertou sobre a perda de contato dos homens com a Terra durante a entrega do Relatório Parcial do “Tribunal Internacional de Direitos da Natureza”, reunidos no segundo dia da décima edição do Fórum Social Panamazônico (Fospa), que acontece em Belém (Foto: Cícero Pedrosa Neto/Amazônia Real).

    Belém (PA) – Quando Ailton Krenak começa a falar, as pessoas param para prestar atenção. Desta vez, em Belém, ele não trouxe ideias para “adiar o fim do mundo”, mas um alerta urgente: “Os humanos serão despachados da terra por mau comportamento. Porque não sabem sequer assistir aos astros, aos movimentos das estrelas, às chuvas. Os humanos estão perdendo de tal maneira o contato com a Mãe Terra, que daqui a pouco a Terra vai perder o contato com eles”. 

    A manifestação do pensador indígena Ailton Krenak ocorreu durante a entrega do relatório parcial do “Tribunal Internacional de Direitos da Natureza”, principal atividade do segundo dia da 10ª edição do Fórum Social Panamazônico (Fospa). Ele é um dos juízes desse tribunal, composto por outros representantes de movimentos sociais, indígenas, ambientalistas e pesquisadores do Brasil, Peru, da Colômbia, África do Sul e dos Estados Unidos. O relatório, em fase de finalização, traz informações emergenciais sobre violências e outras formas de violações de direitos humanos e à natureza na Volta Grande do Xingu e no chamado Corredor Carajás – rota de escoamento de minérios e do agronegócio no Pará. 

    Ailton destacou o papel dos povos indígenas e tradicionais na formulação de leis que tragam resoluções específicas com relação à natureza e sejam incorporadas às Constituições dos países latinoamericanos. Ele lembrou que Equador e Colômbia possuem em seus sistemas legais leis que resguardem a natureza e seus bens como sujeitos, baseando-se em conhecimentos indígenas dos povos andinos traduzidos como “bem viver” (“sumak kawsay”, na língua quéchua).

    Em entrevista à Amazônia Real, refletindo sobre os direitos da natureza, Krenak também afirmou que “algumas nações dizem ter o privilégio de dominar a vida da Terra e nós estamos dizendo que não, que a natureza tem os seus direitos e eles são anteriores a qualquer pretensão dos humanos. Porque nós, humanos, somos partes do corpo vivo da terra”. 

    Para Krenak, o Fospa permite não só discutir ideias, mas propagá-las para que mais pessoas se mobilizem em torno delas. “Precisamos fazer correr as palavras. Somos nós que temos que ter poder, a gente não tem que esperar o governo decidir nada. É a voz da Terra. Não somos administradores da Terra. No dia que ela se enjoar da gente, acabou! A terra seguirá sem a gente.”

    Ailton Krenak defende a importância da promoção de ideias que orientem a Humanidade sobre seus compromissos com “Gaia” ou “Mãe Terra”, como ele costuma denominar o planeta Terra – algo que ele já descreveu na recente obra, Ideias Para Adiar O Fim Do Mundo, publicada em 2019, pela editora Companhia das Letras. “Anunciar esse compromisso com o direito da natureza amplamente difundi uma uma nova epistemologia sobre a cultura do homem, do humano e da natureza pra gente ‘desmisturar’ ou misturar essa coisa numa perspectiva diferente da mentalidade ocidental”, resume o pensador indígena, referindo-se ao trabalho realizado pelo tribunal. 

    Os resultados preliminares do relatório apontam para o cenário de crise enfrentado historicamente pelo bioma Amazônia nos nove países onde ele está presente. Ele  ressalta de que maneira as diferentes formas de destruição da natureza e da biodiversidade estão conectadas com a destruição dos povos originários e seus modos de vida tradicionais, que não só habitam ancestralmente os territórios amazônicos, mas são os responsáveis por manejá-lo de forma não-predatória.

    Ana Carolina Alfinito, advogada, pesquisadora da Rede Justiça Climática, destacou que o trabalho realizado pelo “Tribunal Internacional de Direitos da Natureza” é reunir informações e reflexões que indiquem a urgência de se pensar em uma “agenda transnacional de defesa dos direitos da natureza”.

    Ela, que também é uma das juízas que estiveram na comitiva que percorreu as cidades de Altamira, Anapu, Marabá, Parauapebas e Canaã dos Carajás, entre os dias 18 e 27 de julho, frisou que a base das indicações propostas pelo relatório é fruto das próprias vivências dos povos originários e tradicionais, que preconizam o respeito aos rios, às matas e aos seres humanos e não-humanos que constituem os ecossistemas. As cidades visitadas pela comitiva sofrem há décadas os efeitos de hidrelétricas, da mineração e do agronegócio.

    Também estiveram presentes na cerimônia de lançamento do relatório Blanca Chancosa, liderança indígena do Equador; Cormac Cullinan, advogado ambiental e diretor da Wild Law Institute, da África do Sul; lideranças do Movimento Xingu Vivo Para Sempre, Comissão Pastoral da Terra e Justiça nos Trilhos.

    Urgências amazônicas

    • Lançamento do relatório preliminar do “Tribunal Internacional de Direitos da Natureza”, durante o Fórum Social Panamazônico (Fospa), em Bélem, Pará (Foto: Cícero Pedrosa Neto/Amazônia Real)
    • Cormac Cullinan, advogado ambiental e diretor da Wild Law Institute, da África do Sul, e um dos juízes do “Tribunal Internacional de Direitos da Natureza”, durante o Fórum Social Panamazônico (Fospa), em Bélem, Pará (Foto: Cícero Pedrosa Neto/Amazônia Real)
    • Cormac Cullinan, advogado ambiental e diretor da Wild Law Institute, da África do Sul, e um dos juízes do “Tribunal Internacional de Direitos da Natureza”, durante o Fórum Social Panamazônico (Fospa), em Bélem, Pará (Foto: Cícero Pedrosa Neto/Amazônia Real)
    • Felício Pontes, procurador da República e coordenador da delegação de juízes do Tribunal Internacional dos Direitos da Natureza durante o Fórum Social Panamazônico (Fospa), em Bélem, Pará (Foto: Cícero Pedrosa Neto/Amazônia Real)
    • Ana Carolina Alfinito, advogada, pesquisadora da Rede Justiça Climática, e uma das juízas do Tribunal Internacional dos Direitos da Natureza durante o Fórum Social Panamazônico (Fospa), em Bélem, Pará (Foto: Cícero Pedrosa Neto/Amazônia Real)
    • Blanca Chancosa, liderança indígena do Equador (Foto: Cícero Pedrosa Neto/Amazônia Real)
    • Irmã Kátia Webster e Irmã Jane Dwyer, religiosas e membras da Comissão Pastoral da Terra (CPT), em Anapu-Pará, durante o lançamento do reltatório (Foto: Cícero Pedrosa Neto/Amazônia Real)
    • Ailton Krenak, pensador indígena, é um dos juízes que compõem o Tribunal Internacional de Direitos da Natureza (Foto: Cícero Pedrosa Neto/Amazônia Real)
    • Ailton Krenak, pensador indígena, é um dos juízes que compõem o Tribunal Internacional de Direitos da Natureza (Foto: Cícero Pedrosa Neto/Amazônia Real)
    • Lançamento do relatório preliminar do “Tribunal Internacional de Direitos da Natureza”, durante o Fórum Social Panamazônico (Fospa), em Bélem, Pará (Foto: Cícero Pedrosa Neto/Amazônia Real)
    • Lançamento do relatório preliminar do “Tribunal Internacional de Direitos da Natureza”, durante o Fórum Social Panamazônico (Fospa), em Bélem, Pará (Foto: Cícero Pedrosa Neto/Amazônia Real)

    O documento apresentado pelo “Tribunal Internacional de Direitos da Natureza” resgata questões como o fato de que a Amazônia vive um ciclo de “ecogenocídio”. O termo foi usado no relatório para definir os crimes cometidos contra a natureza e os seres vivos que nela habitam, e estão “imersos em uma atmosfera constante de destruição”. As recomendações e o veredito, presentes no relatório, foram lidos pela advogada Ana Alfinito.

    “São violações que atingem as paisagens, mundos, modos de vida. Roubos de terras públicas pelo capital em conluio com o Estado. Tudo é superlativo e delirante nesses territórios, inclusive as formas de violências e destruições”, pontuou Alfinito. Ela também elencou os danos ambientais e as violações de direitos praticados pela mineradora Vale na região de Carajás, aos povos indígenas, quilombolas e campesinos.

    Felício Pontes, procurador da República e coordenador da delegação de juízes do Tribunal Internacional dos Direitos da Natureza, lembrou das discussões que cercam a mineradora canadense Belo Sun, no Rio Xingu. A mineradora, que promete ser a maior planta minerária a céu aberto do Brasil, com foco na exploração de ouro, briga na Justiça pelo direito de se instalar entre as Terras Indígenas dos povos Arara e Jurunas.

    “Só a bacia de rejeitos que eles pretendem construir é várias vezes maior que aquela que vitimou Mariana”, lembrou Pontes, destacando os prováveis efeitos do empreendimento na região oeste do Pará. 

    O procurador fez questão de pontuar sobre as consequências da hidrelétrica de Belo Monte, que barrou o Rio Xingu, comprometendo sua vazão e a qualidade da água, além de interferir na reprodução de peixes. Esses recursos são fundamentais para a reprodução da vida das populações indígenas e ribeirinhas que deles dependem.

    “Zona de sacrifício global”

    Professora e pesquisadora Edna Castro, diretora do Núcleo de Altos Estudos da Amazônia da Universidade Federal do Pará (Naea/UFPA)
    (Foto: Cícero Pedrosa Neto/Amazônia Real)

    Segundo o documento, a Amazônia foi transformada em uma “zona de sacrifício global”, ou seja, um local onde a morte e a destruição é permitida, conforme explica a professora e pesquisadora Edna Castro, diretora do Núcleo de Altos Estudos da Amazônia da Universidade Federal do Pará (Naea/UFPA).

    Castro e outros pesquisadores latinoaamericanos têm formulado e discutido essa categoria sociológica chamada de “zona de sacríficio”, aplicada ao contexto dos grandes empreendimentos e do modelo econômico desenvolvimentista que desde a década de 1960 influencia as tomadas de decisões dos governos na América Latina. 

    “A exemplo da mineração, as empresas estabelecem formalmente, em seus estudos de risco, quantos quilometros e quantas comunidades poderão ser devastadas por suas operações. Eles sabem a quem e ao que eles podem matar. São crimes que se acumulam contra a humanidade e contra a natureza”, define a professora.

    Segundo ela, este é um cenário que tem evoluído na Amazônia e nos países conectados ao bioma. “Essa também é uma decisão de Estado. É o Estado que permite e avaliza esse tipo de ação criminosa de mineradoras, do agronegócio e de tantos outros projetos de ‘desenvolvimento’”, conclui Edna Castro, fazendo questão de aspear a palavra “desenvolvimento”.

    Fonte. Amazonia Real
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    Redação

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